Levantamento usa banco de dados da Prefeitura para cobrança de IPTU e analisou informações dos últimos 20 anos. Expansão foi maior em moradias de alto padrão, com queda de terrenos e maior demolição de casas de baixo padrão a partir de 2014.
A cidade de São Paulo registra, pela primeira vez, mais residências em prédios do que em casas, segundo pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-Fapesp).
O levantamento leva em conta dados entre os anos 2000 e 2020 e utiliza como base informações da Secretaria da Fazenda da Prefeitura da capital para o lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), chegando a quase 63 milhões de imóveis residenciais.
Nos últimos 20 anos, o número de imóveis residenciais horizontais, as casas, na cidade de São Paulo passou de 1,23 milhão (com 158 milhões de m2) para 1,37 milhão (com 183,7 milhões de m2).
Já os imóveis residenciais verticais , os apartamentos, saltaram de 767 mil unidades (com 108,7 milhões de m2 ), em 2000, para 1,38 milhão (com 190,4 milhões de m2), em 2020.
No total, o número de área residencial passou de 386,3 milhões de m2 em 2000 para 534,8 milhões de m2 em 2020, crescendo 38,44% nos últimos 20 anos na cidade.
Já o total de unidades de imóveis passou de 2,37 milhões sem considerar garagens (ou 2,53 milhões considerando garagens) em 2000 para 3,21 milhões em 2020 sem considerar garagens (ou 3,43 milhões incluindo garagens) – aumento de 35,44%.
O estudo aponta que a expansão dos imóveis residenciais verticais foi causada, principalmente, por significativo crescimento dos imóveis verticais de padrão médio, assim como pelo dos imóveis verticais de padrão alto.
Os imóveis verticais de padrão alto (condomínios em prédios) cresceram, em especial em área construída, mas com redução da metragem quadrada média individual dos apartamentos, aponta o relatório.
Com base nos dados, o levantamento aponta que, desde 2014, a partir de alterações no Plano Diretor e na Lei de Zoneamento, foram realizadas diversas demolições de residências “de baixo padrão que alimentaram a expansão vertical de médio e alto padrões”. Houve, também, queda no número de terrenos livres, com a incorporação de novos empreendimentos, passando de 140 mil em 2000 para 106 mil em 2020.