De uma década para cá, o perfil do síndico mudou. Hoje o síndico tende a ser alguém como um empresário, advogado, engenheiro, administrador que concilia a sua atividade principal com a de síndico. Além disso, com a chegada dos síndicos profissionais, que nada mais são do que um administrador que se dedica totalmente a gerenciar condomínios, sejam eles residenciais, comerciais, clube ou mistos, o mundo condominial vem, cada vez mais, se profissionalizando.
A chegada do sindicância profissional se deu a partir do Novo Código Civil que entrou em vigência a partir de janeiro de 2003. Isso porque o art. 1.347 previa a possibilidade da contratação de síndico não proprietário. Isso foi um divisor de águas para essa área.
Isso ocorreu pois num mundo cada vez mais ágil e onde cada vez mais pessoas moram em condomínios, as demandas cresceram de forma avassaladora, fazendo com que o síndico precisasse ser alguém que de fato entendesse como gerir um empreendimento de forma assertiva a fim de responder as demandas de toda uma comunidade.
É importante se ter em mente que um condomínio é como um microcosmo da nossa sociedade e muitos deles são tão grandes que de fato, o síndico funciona quase como um “prefeito” que deve entender os anseios da comunidade e gerir todas as relações que permeiam esse espaço.
Cada vez mais os condomínios devem ser geridos como empresas, no sentido de eles terem toda uma série de características e dispositivos que precisam ser seguidos de forma a proteger o bom funcionamento do empreendimento e, principalmente, estando de acordo com as leis.
Nesse sentido, contratar um síndico profissional traz “qualidade e experiência, pois o profissional tem a formação necessária para saber lidar com os conflitos”, afirma Roberta Teixeira, Síndica Profissional da Coach para Síndicos. Além disso, Roberta aponta que “o síndico morador normalmente não tem experiência e conhecimento das normas”. De qualquer forma, “isso pode ser suprido com uma boa administradora por trás. Hoje existem muitos síndicos moradores que estão se profissionalizando para ter mais capacitação”.
A preocupação com a formação é algo muito importante nos profissionais que trabalham na área atualmente, Roberta diz que “os síndicos precisam de profissionalização básica com um estudo sobre a legislação específica e também especificação com relação à manutenção, sustentabilidade, organização e liderança”.
Mas é importante que o condomínio tome os cuidados necessários na hora de optar pela contratação de um síndico profissional. Hoje, no mercado, as opções são muitas, assim como o nível de qualidade de cada trabalho. Além disso, a experiência é algo que o condomínio precisa analisar na hora de fazer sua escolha. Roberta comenta que na hora de contratar é preciso “analisar o currículo do interessado, fazer uma entrevista sobre os principais problemas e perguntar quais seriam as soluções e tarefas dele como síndico. Ou seja, teste o conhecimento dele primeiro”. E faz um aviso: “ter cuidado com síndicos com honorários baratos. Isso pode sair caro depois”. Além disso, é importante que o condomínio tenha uma boa assessoria jurídica ao seu lado a fim de poder analisar o contrato em seus pormenores, antes de assinar.
Com a inclinação para que os condomínios busquem cada vez mais profissionais, a tendência é esse mercado expandir, principalmente nas grandes cidades, onde a correria do dia a dia, aliada, muitas vezes, ao tamanho dos empreendimentos, requer que aquele que irá gerenciar o condomínio seja alguém capacitado e preparado para enfrentar todas as demandas que concernem a essa profissão.
Nesse sentido, “a profissionalização é fundamental e acredito que os principais órgãos e sindicatos de condomínios deveriam oferecer cursos para garantir qualidade na formação desses síndicos, mas também fiscalizar e regulamentar os que vêm surgindo no mercado”. Já em relação ao mercado, no sentido de saber qual a tendência de “sobrevivência” do síndico-morador, Roberta comenta que “a longo prazo, pode ocorrer redução, pois os condomínios estão preferindo profissionais qualificados, mas não acredito que desaparecerá”.