Polícia Civil investiga disparos contra prédios em Perdizes, na Zona Oeste de SP, durante panelaços
Polícia diz que tiros foram efetuados por armas de pressão e que determinou exames periciais para determinar a origem e trajetória dos disparos. ‘Esse tipo de intimidação é seríssima, um atentado contra à vida humana de qualquer um, independente de posição política’, diz síndico.
A Polícia Civil de São Paulo está investigando a origem de ao menos dois disparos efetuados contra dois prédios em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo, durante panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro.
Os edifícios atingidos ficam nas ruas Wanderley e Iperoig e os disparos foram registrados nos dias 25 de março e 1 de abril, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). As investigações estão sendo conduzidas pelo 23º Distrito Policial do bairro.
Os casos vieram à tona depois que o síndico de uma dos prédios atingidos escreveu um comunicado alertando os outros condomínios da existência de um atirador nas redondezas.
Os disparos contra o prédio onde Paulo Lima mora ocorreram durante à noite, por volta das 20h20, horário que se tornaram habituais as manifestações contra Jair Bolsonaro, que acontecem há 19 dias na capital paulista e começaram no dia 17 de março.
No comunicado pregado nos edifícios vizinhos, Lima chama o episódio de “crime de ódio e atentado à vida humana, que deve servir de alerta para todos os vizinhos”.
“Como síndico e cidadão, compartilho esses relatos com os demais moradores do nosso entorno para que permaneçam alertas em seus condomínios, pois todos estamos igualmente expostos a esses agressores e bem sabemos, o motivo é o que menos importa a esses covardes, hoje é panelaço, amanhã o pretexto poderá ser qualquer outro contra qualquer um”, diz o comunicado.
Em entrevista ao G1, Paulo Lima declarou que está muito preocupado com a exposição dos vizinhos dos arredores durante as manifestações, por causa da ação do atirador da vizinhança.
“Não é a primeira vez que isso acontece. Fomos informados pela polícia que outra moradora já teve o apartamento atingido por cinco tiros, sendo, inclusive, atingida no braço. Esse tipo de intimidação é seríssima, um atentado contra à vida humana de qualquer um, independente de posição política”, afirma Alves.
O síndico pede apuração rigorosa da polícia para que o atirador seja identificado e punido.
“Manifestações nas janelas são corriqueiras aqui no bairro. E não são de hoje, nem apenas contra o grupo político que está agora no poder. Se manifestar é algo legítimo e o outro lado, independente de qual ele seja, precisa respeitar. Gostando ou não. O objetivo do meu comunicado foi alertar os meus vizinhos que tem um atirador idiota e descontrolado, que hoje usa o pretexto do panelaço, mas amanhã pode atirar em alguém porque ele é negro, gay ou qualquer outra coisa. É preciso localizar e punir esse agressor”, desabafa Paulo Lima.
Por meio de nota, a Polícia Civil diz que os disparos foram efetuados por armas de pressão e afirma que pediu exames periciais para determinar a origem e trajetória dos disparos.
“A Polícia Civil esclarece que não há registros de tiroteios na região. O 23º DP (Perdizes) investiga duas ocorrências de disparos de armas de pressão que atingiram dois edifícios, em 25.03, na Rua Wanderley e, em 01.04, na Rua Iperoig. Foram solicitados exames periciais, que estão em elaboração, para determinar a origem e trajetória dos disparos”, afirma a nota.
Fonte: https://g1.globo.com/