Um episódio ocorrido na última sexta-feira (12), no Edifício Schroeder, localizado no bairro Rio Vermelho, em Salvador (BA), acendeu um importante alerta sobre os riscos relacionados ao acesso de prestadores de serviço em condomínios. Dois homens se apresentaram como técnicos da empresa Teleinfra, alegando que estariam ali para instalar cabeamento de fibra óptica a pedido da operadora Claro. No entanto, a visita não foi confirmada pela prestadora oficial.
Segundo relato de um morador, que preferiu não se identificar, a Claro informou que nenhuma ordem de serviço constava no sistema para aquele endereço, e que não havia solicitação em nome do condomínio. A suspeita é de que se tratava de uma tentativa de golpe, disfarçada de serviço técnico.
“Eles se apresentaram com camisas da Teleinfra e crachás, mas ninguém havia solicitado o serviço. A Claro disse que nenhuma ordem de serviço consta no sistema”, afirmou o morador.
A Teleinfra, empresa de telecomunicação com sede no Paraná e atuação em alguns estados do país, tem uma filial na Bahia, localizada em Lauro de Freitas. A equipe de reportagem não conseguiu contato com a empresa para esclarecer o ocorrido.
O prédio em questão, segundo moradores, nunca teve infraestrutura para fibra óptica, o que torna ainda mais suspeita a tentativa de instalação.
Especialistas reforçam: protocolos de acesso são fundamentais
Casos como esse reforçam a importância de rigorosos protocolos de controle de acesso em condomínios. A entrada de qualquer prestador de serviço deve ser autorizada previamente por um morador ou verificada com a empresa responsável. A falta de confirmação deve impedir o acesso imediato, e, se houver qualquer dúvida, a orientação é acionar a Polícia Militar.
Segundo Alexandre Deminco, diretor da OP Tecnologia e Segurança, a segurança condominial vai muito além de câmeras: ela começa na porta de entrada.
“Um bom projeto de segurança eletrônica, com análise de riscos, definição dos sistemas adequados ao perfil do condomínio e equipe bem treinada, garante resposta rápida e reduz os riscos”, afirma.
Responsabilidade do síndico e do conselho
A segurança interna do condomínio é uma responsabilidade direta do síndico e do conselho, que devem:
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Definir normas claras de acesso;
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Contratar empresas qualificadas de segurança;
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Investir em tecnologia;
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Promover a cultura de vigilância colaborativa entre moradores e funcionários.
 
Alguns condomínios têm criado comissões de segurança com moradores interessados no tema, contribuindo com sugestões, apoio nas decisões e fiscalização das medidas adotadas.
7 Dicas para fortalecer a segurança no seu condomínio
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Planejamento estratégico de segurança, com investimento em câmeras de alta definição, cercas, sensores e controle de acesso inteligente.
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Controle rigoroso de entrada, com validação direta com moradores e portaria treinada para negar acesso em caso de dúvidas.
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Cadastro prévio de prestadores e visitantes, por meio de aplicativos, garantindo que apenas nomes autorizados sejam liberados.
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Treinamento contínuo da equipe de portaria, inclusive para reconhecer situações suspeitas e acionar a segurança.
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Integração com condomínios vizinhos e aproximação com a Polícia Militar para resposta rápida em casos emergenciais.
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Manutenção constante de iluminação, cercas e sistemas eletrônicos, evitando falhas que comprometam a vigilância.
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Revisão periódica dos procedimentos de segurança e emergência, com simulações e atualizações conforme a realidade local.
 
Atenção e prevenção: os maiores aliados contra golpes
Com o aumento de golpes sofisticados disfarçados de serviços técnicos, a atenção redobrada na portaria e o engajamento dos moradores se tornaram medidas essenciais para proteger vidas, patrimônios e evitar situações de risco.
Condomínios que investem em prevenção, tecnologia e capacitação tendem a ser mais seguros — e também mais valorizados no mercado.
Fonte: Correio de Salvador
								
								




