Moradores de um condomínio em Sorriso (MT) registraram um boletim de ocorrência contra o síndico após a descoberta de um suposto desvio de R$ 101 mil do caixa condominial. O caso veio à tona durante uma reunião convocada para sua renúncia, quando o gestor confessou ter utilizado os recursos do condomínio para despesas pessoais, alegando estar passando por um quadro de depressão.
De acordo com relatos dos condôminos, o síndico havia se comprometido a devolver o valor até o dia 31 de outubro, promessa que não foi cumprida. Diante da inadimplência e da gravidade da situação, os moradores decidiram convocar uma assembleia-geral extraordinária para deliberar sobre a substituição da gestão e as medidas jurídicas cabíveis.
Durante a assembleia, o então síndico assinou um termo de confissão de dívida, no qual reconheceu o uso indevido do dinheiro e afirmou não possuir o montante integral para devolução imediata. No documento, comprometeu-se a restituir o valor em parcelas mensais de R$ 1.315 até quitar o total desviado. Mesmo assim, o gesto não foi suficiente para conter a indignação dos moradores.
Para os condôminos, a confissão e o pedido de desculpas não compensam os prejuízos causados. Eles alegam que a justificativa de depressão não elimina a responsabilidade criminal pelo ato, e por isso, registraram boletim de ocorrência por estelionato. O caso agora está sob análise da Polícia Civil de Sorriso, que deve ouvir os envolvidos e requisitar documentos contábeis do condomínio.
A situação gerou forte repercussão entre os moradores e nas redes sociais locais, onde o caso foi amplamente comentado. Muitos expressaram indignação com a falta de transparência na gestão condominial e cobraram maior controle sobre o uso dos recursos comuns.
Durante a apuração interna, foi constatado que os repasses indevidos ocorreram de forma gradual, por meio de transferências bancárias realizadas entre contas pessoais e do condomínio, o que dificultou a identificação imediata do desvio. Segundo os condôminos, a descoberta só ocorreu após inconsistências nas prestações de contas apresentadas nos últimos meses.
Com a renúncia oficializada, uma nova diretoria provisória assumiu o comando do condomínio, com o objetivo de reorganizar as finanças e restaurar a confiança entre os moradores. A nova gestão informou que já iniciou um levantamento completo das movimentações financeiras e pretende contratar uma auditoria independente para verificar o saldo real e propor medidas de prevenção a futuros desvios.
Até o momento, nenhuma parcela foi paga e o valor total de R$ 101 mil ainda não foi recuperado. A expectativa é que o inquérito policial apure se houve dolo e se o ex-síndico poderá responder judicialmente por apropriação indébita ou estelionato, conforme o andamento da investigação.
Fonte: JK Notícias





