O aumento do número de moradores em condomínios no Brasil tem impulsionado a expansão da carreira de síndico profissional. De acordo com o IBGE, mais de 25 milhões de brasileiros vivem em apartamentos, o que corresponde a 12,5% da população. Apenas na cidade de São Paulo, foram construídos mais de 400 mil novos apartamentos entre 2000 e 2010. O Sudeste concentra o maior índice de moradores em apartamentos (16,7%), enquanto o Norte apresenta o menor (5,2%).
Esse crescimento reflete-se em uma arrecadação condominial que ultrapassa R$ 61 bilhões por ano, colocando sobre os síndicos uma grande responsabilidade financeira e patrimonial. Além da gestão de recursos, esses profissionais precisam garantir manutenção, segurança, cumprimento de normas legais e transparência na administração, como previsto no Art. 1.347 do Código Civil.
Apesar do avanço, a gestão condominial ainda enfrenta desafios relevantes no Brasil. A ausência de práticas administrativas estruturadas pode resultar em falhas de governança, supervisão deficiente de serviços, contratações inadequadas e custos elevados, impactando diretamente a qualidade de vida dos moradores.
Para enfrentar essas dificuldades, muitos síndicos têm buscado apoio em empresas especializadas em sindicatura, registradas nos Conselhos Regionais de Administração (CRAs). O movimento é respaldado pelo Parecer Técnico nº 1/2023 do Conselho Federal de Administração (CFA) e por parecer jurídico que reforça a obrigatoriedade do registro para assegurar legalidade e qualidade nos serviços prestados.
De acordo com Marcelo Assunção, CEO da WohPag, a adoção de boas práticas financeiras e o uso de tecnologia são caminhos essenciais para a evolução do setor. “Um bom planejamento financeiro vai além da contabilidade. Ele garante transparência e eficiência, preparando os condomínios para lidar com imprevistos”, afirma.
Assunção destaca ainda o papel das fintechs na administração condominial. “As inovações tecnológicas fortalecem a estabilidade financeira e oferecem mais confiabilidade. Já existem bancos digitais especializados em apoiar a gestão dos saldos condominiais”, explica.
Especialistas reforçam que a profissionalização do síndico é fundamental para atender às crescentes demandas legais e administrativas. Com organização, planejamento e tecnologia, a expectativa é de uma gestão mais eficiente, transparente e voltada à valorização do patrimônio coletivo.
Fonte: Jornal do Brás





