O pastor e escritor Fellipe Heiderich, figura conhecida no meio religioso e acadêmico, denunciou ter sido alvo de homofobia, ameaças de morte e tentativa de invasão de domicílio dentro do condomínio onde residia, em São Paulo. O caso, registrado em boletim de ocorrência, envolve um vizinho que, segundo o relato do pastor, teria protagonizado um episódio de violência e intolerância grave contra ele e seu namorado.
O incidente ocorreu na semana passada, às vésperas do aniversário de Heiderich. Segundo o relato, o vizinho passou a gritar ofensas homofóbicas em alto volume e tentou invadir o apartamento do casal, ameaçando jogar o namorado do pastor pela varanda.
“Ele começou a gritar para todo mundo ouvir: ‘viadinho pau no c*’. Tentou invadir nosso apartamento para espancar meu namorado e gritava que iria jogá-lo pela varanda”, declarou Fellipe à coluna da jornalista Fábia Oliveira.
Além da gravidade das ameaças, o pastor destacou o comportamento negligente da síndica do condomínio, que, ao ser comunicada sobre o ocorrido, teria minimizado a situação, tratando a denúncia com desdém.
“Ele nos ameaçou de espancamento e morte, tentou invadir nosso apartamento, e a síndica falou: ‘Isso é brincadeirinha de criança, não acontece não’”, relatou.
A falta de acolhimento por parte da administração condominial teve impacto direto na decisão do casal de deixar o imóvel. Segundo Heiderich, o companheiro precisou buscar acompanhamento psicológico após o episódio, enfrentando dificuldades até mesmo para sair de casa.
O papel da gestão condominial em casos de violência e intolerância
Situações como essa levantam um alerta sobre a responsabilidade legal e ética dos síndicos e administradoras frente a ocorrências de violência, discriminação ou ameaças dentro do ambiente condominial.
A gestão condominial tem o dever de garantir um ambiente seguro e respeitoso a todos os moradores. Quando há relato de episódios com potencial criminoso ou violento, é essencial que a administração adote medidas imediatas, como:
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Apoiar e orientar a vítima;
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Comunicar as autoridades competentes;
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Registrar o ocorrido em assembleia ou em atas administrativas;
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Avaliar medidas internas de segurança;
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Atuar com isenção e rigor, sem minimizar o relato.
 
A omissão ou negligência diante de casos como ameaças, invasão de domicílio ou homofobia pode configurar falha administrativa grave e gerar consequências jurídicas para o condomínio e seus representantes.
Convivência, respeito e protocolo: pilares da gestão eficiente
O episódio vivido por Fellipe Heiderich e seu companheiro ressalta a urgência de implementar e divulgar protocolos de conduta e resolução de conflitos nos condomínios. Além disso, reforça a importância da capacitação de síndicos e funcionários para lidar com situações de risco, sempre com base na legislação vigente, no respeito aos direitos humanos e na promoção de um ambiente condominial saudável e acolhedor.
Denúncias podem (e devem) ser formalizadas
Moradores que se sentirem ameaçados ou discriminados devem formalizar suas denúncias, tanto junto à administração quanto às autoridades policiais. É fundamental reunir evidências, registrar boletins de ocorrência e buscar apoio jurídico, psicológico e institucional sempre que necessário.
Fonte: Metropoles
								
								




