Uma moradora de um prédio residencial em Belo Horizonte encontrou uma forma criativa de demonstrar sua insatisfação com a administração do condomínio. Irritada com a exigência de pagar a taxa condominial somente em dinheiro, ela quitou o valor de R$ 835 utilizando 1.663 moedas, que variavam de 5 centavos a 1 real.

Para reunir a quantidade necessária de moedas, a moradora contou com a ajuda de amigos e conhecidos. O procedimento de conferência do pagamento pela administração foi demorado: funcionários levaram cerca de duas horas apenas para contar e organizar todas as moedas.
“A situação me pareceu absurda. Em pleno século XXI, com Pix e transferências digitais, exigir pagamento em espécie é retrógrado e, no mínimo, questionável”, disse a moradora em entrevista à imprensa. O gesto, além de simbólico, também mostrou na prática a dificuldade gerada por regras rígidas de pagamento.
Do ponto de vista legal, especialistas explicam que a convenção ou o regulamento interno do condomínio pode estabelecer formas de pagamento. No entanto, exigir que o pagamento seja feito exclusivamente em dinheiro, quando existem métodos eletrônicos disponíveis, pode ser interpretado como irrazoável, afetando a transparência e os direitos do condômino.
Além do aspecto jurídico, o episódio evidenciou desafios operacionais para a administração. A contagem e organização das centenas de moedas demandou tempo e atenção da equipe, mostrando o impacto logístico de um protesto dessa natureza.
O caso repercutiu nacionalmente, gerando debates nas redes sociais e entre profissionais de direito imobiliário. Muitos consideram a iniciativa uma forma legítima de resistência civil dentro do condomínio, enquanto outros ponderam sobre os limites práticos e legais desse tipo de ação.
Mais amplamente, o episódio ressalta um dilema comum nos condomínios: como equilibrar a modernização, como pagamentos digitais e assembleias virtuais, com práticas administrativas tradicionais, que ainda predominam e, por vezes, geram atritos entre moradores e gestão.
Fonte: Correio Braziliense





