Uma ocorrência envolvendo falha grave em um elevador mobilizou moradores e equipes de resgate na tarde deste domingo (31), em um condomínio residencial de Várzea Grande (MT). Um casal e duas crianças ficaram presos por aproximadamente duas horas em um elevador que travou no quarto andar, a cerca de 12 metros de altura.
O incidente aconteceu por volta das 15h e causou grande tensão no condomínio. Segundo relatos de moradores, o equipamento já havia apresentado falhas anteriormente, mas nunca com essa gravidade. Durante o período em que estiveram presos, a mãe das crianças chegou a desmaiar por causa do calor e do tempo prolongado de espera.
Moradores também afirmaram que a síndica tentou impedir o arrombamento da porta do elevador pelos bombeiros, temendo danos ao equipamento. Após tentativas frustradas de liberação mecânica, a equipe do Corpo de Bombeiros optou por forçar a abertura da porta para resgatar os ocupantes.
Apesar do susto, ninguém ficou ferido. Todos os envolvidos foram avaliados e receberam atendimento médico no local.
O que o caso revela sobre a gestão condominial
Esse episódio reforça a importância de uma gestão preventiva e orientada à segurança, especialmente em relação a equipamentos essenciais como elevadores. Para especialistas ouvidos pelo Universo Condomínio, o caso evidencia falhas críticas em três áreas:
1. Manutenção preventiva e fiscalização técnica
Elevadores devem passar por vistorias técnicas regulares, com laudos atualizados e intervenções imediatas diante de qualquer anormalidade. A negligência nesse ponto pode gerar não apenas riscos físicos, mas também responsabilização civil e criminal da administração.
2. Gestão de crises e tomada de decisões
Em situações de emergência, a preservação da vida deve prevalecer sobre eventuais prejuízos materiais. Impedir o acesso de equipes de resgate pode comprometer a segurança dos moradores e configurar omissão de socorro.
3. Comunicação e protocolo de emergência
A ausência de protocolos claros e a falha na comunicação entre síndicos, moradores e prestadores de serviço agravam a situação. Condôminos devem saber como agir em emergências, e a administração precisa estar preparada para dar respostas rápidas e eficazes.
Cultura de segurança: um compromisso de todos
Casos como o de Várzea Grande ressaltam que a segurança condominial não depende apenas da estrutura física, mas também de uma cultura organizacional baseada em prevenção, transparência e capacitação.
“Elevadores, portões, sistemas elétricos e hidráulicos precisam de atenção constante. Mais do que cumprir obrigações legais, é dever do síndico zelar pela integridade dos moradores”, afirma um especialista em gestão predial consultado pelo portal.
Treinamentos periódicos da equipe, revisões contratuais com empresas de manutenção e um plano de ação de emergência acessível a todos são diferenciais que podem evitar tragédias.
O que os síndicos e administradoras devem fazer agora:
Reavaliar os contratos de manutenção de elevadores e sistemas essenciais
Criar ou revisar o plano de emergência condominial
Estabelecer protocolos de comunicação rápida com moradores e autoridades
Promover treinamentos básicos com funcionários e conselhos
Manter o registro documental de todas as manutenções realizadas