Uma explosão causada por vazamento de gás em um apartamento localizado no bairro Shopping Park, em Uberlândia (MG), deixou a jovem Danielle, de 22 anos, em estado gravíssimo. A vítima sofreu queimaduras em 90% do corpo após acender o fogão, supostamente sem ter sido informada sobre a interrupção do fornecimento de gás no prédio, determinada pela administração pouco antes do incidente.
Segundo o condomínio, um aviso foi enviado via WhatsApp minutos antes da explosão, alertando os moradores para não utilizarem o gás, após a identificação de um vazamento na rede. No entanto, familiares de Danielle contestam essa versão e afirmam que ela não teve acesso à mensagem.
“O grupo do condomínio tem apenas um representante por unidade, e quem estava nele era a minha mãe, que estava trabalhando no momento. Danielle não fazia parte do grupo. Portanto, essa versão é inverídica”, afirmou um parente da jovem.
Além disso, os familiares criticam o uso do WhatsApp como única forma de comunicação em uma situação emergencial. Eles alegam que o condomínio poderia ter adotado medidas mais diretas, como interfonar, bater nas portas dos apartamentos ou circular avisos físicos.
“O condomínio não é tão grande. Era perfeitamente possível avisar cada morador de forma direta. O WhatsApp não é um meio oficial e seguro para alertas urgentes, especialmente quando se trata de risco de explosão”, disseram.
A suspeita da família é que Danielle tenha inalado o gás enquanto dormia e, ainda sonolenta, não percebeu o cheiro antes de acender o fogão.
“Nem sempre as pessoas conseguem perceber o cheiro de imediato. Ela havia acabado de acordar. Ao acender a chama, ocorreu a explosão”, relatou um dos familiares.
O impacto da explosão foi tão forte que, segundo testemunhas, provocou tremores sentidos em outras partes do edifício. A jovem permanece internada em estado crítico, lutando pela vida. Até o momento, a síndica do condomínio não se pronunciou oficialmente sobre as acusações feitas pela família.
Falhas de comunicação e segurança em evidência
O incidente reacende o debate sobre a eficiência da comunicação em condomínios, especialmente em situações de risco iminente, como vazamentos de gás. Embora aplicativos de mensagens como o WhatsApp sejam úteis para o dia a dia, não devem ser o único canal de alerta em emergências.
Além da comunicação, o caso reforça a importância de manutenção periódica nas instalações de gás, planos de contingência bem definidos, ações emergenciais coordenadas e treinamentos internos para que funcionários e moradores saibam como agir em situações críticas.
Investigação e responsabilização
As autoridades locais acompanham o caso, que deve passar por perícia técnica para determinar as causas da explosão e eventuais responsabilidades civis e criminais. A família de Danielle afirma que não aceitará que a jovem seja responsabilizada pela tragédia, especialmente em razão de sua condição de saúde e da suposta falha de comunicação da administração.
“É injusto culparem alguém em estado grave, sem chance de se defender. O condomínio tinha responsabilidade e poderia ter agido de forma mais efetiva”, desabafaram.
Reflexões para o setor condominial
O episódio evidencia que a prevenção é a principal ferramenta de segurança em condomínios. Comunicar com clareza, agir com agilidade e seguir protocolos bem estabelecidos são medidas essenciais para proteger vidas em ambientes coletivos.
Em condomínios, onde decisões administrativas impactam diretamente o bem-estar dos moradores, é fundamental que síndicos e gestores atuem com transparência, responsabilidade e prontidão diante de qualquer risco iminente.
Fonte: R7