Um ex-síndico de condomínio residencial foi condenado a ressarcir mais de R$ 603 mil aos moradores, valor que ultrapassa R$ 800 mil com a correção monetária, após ser acusado de desviar recursos da conta condominial e ameaçar condôminos durante o processo.
O caso veio à tona em 2022, quando um grupo de moradores denunciou irregularidades na prestação de contas e acionou a Justiça após o ex-síndico se recusar repetidamente a fornecer os documentos financeiros do condomínio. A situação só avançou após a autorização judicial para a realização de uma assembleia de esclarecimento, que o gestor ainda tentou impedir em duas ocasiões.
Investigação e condenação
As investigações identificaram desvios significativos e inconsistências contábeis, além de falhas graves na administração, culminando na condenação divulgada em 22 de outubro. Durante o período, os moradores também relataram ameaças e intimidações por parte do ex-síndico.
O ex-gestor também era proprietário da administradora contratada pelo condomínio, o que, segundo especialistas, compromete a transparência e fere princípios básicos de fiscalização, ao eliminar qualquer controle cruzado entre gestão e monitoramento financeiro.
“Esse caso mostra a importância de não concentrar funções. O correto é ter um síndico e uma administradora independentes, evitando que alguém fiscalize a si mesmo”, afirmou o responsável pelo acompanhamento jurídico do caso.
Próximos passos
O ex-síndico ainda pode recorrer da decisão, mas atualmente está condenado ao pagamento integral dos valores desviados, acrescidos da correção monetária. Parte do prejuízo já foi coberta pelos próprios moradores, que precisaram realizar chamadas extras de capital para quitar débitos e impostos acumulados.
A orientação para condôminos é manter acompanhamento regular de extratos bancários, notas fiscais e movimentações financeiras, além de recorrer a empresas especializadas em auditoria condominial quando houver qualquer suspeita de irregularidade.
“Quando os desvios aparecem, normalmente já é tarde e os valores são altos. Por isso, qualquer desconfiança deve ser apurada por empresas especializadas e com histórico de credibilidade”, reforçou um representante do grupo de moradores.
Fonte: Jornal da Manhã Joinville





