O ex-síndico Tiago Moreira de Oliveira é acusado de desviar R$ 124.647,76 do caixa do Condomínio Gramercy Village, localizado em Águas Claras (DF), por meio de mais de 100 transferências via PIX para sua conta pessoal. Segundo moradores, o ex-gestor também utilizou verba condominial para comprar um iPhone 16, aplicando recursos destinados à manutenção e administração do prédio em fins particulares.
A irregularidade foi descoberta durante uma auditoria interna após o término da gestão do ex-síndico, que se recusava a prestar contas. Com base no relatório, o condomínio acionou a Justiça, que determinou o bloqueio de um imóvel do ex-síndico, avaliado em valor equivalente ao montante desviado, como medida cautelar para garantir a restituição dos valores.
Medidas judiciais e processo
A decisão da juíza da 1ª Vara Cível de Águas Claras inclui:
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Bloqueio do imóvel do ex-síndico até o julgamento definitivo;
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Remoção do segredo de Justiça, reforçando a transparência em ações envolvendo recursos coletivos;
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Dispensa de audiência de conciliação, devido à baixa probabilidade de acordo.
Tiago Moreira terá 15 dias para apresentar defesa, conforme o Código de Processo Civil. Procurado pela reportagem, o ex-síndico não respondeu e bloqueou o contato com os moradores.
Impacto para os condôminos e medidas internas
Segundo os moradores, o ex-síndico vinha se recusando a prestar contas, o que motivou a auditoria independente que comprovou os desvios recorrentes de pequenas e médias quantias via PIX.
O caso evidencia a importância da gestão condominial transparente e fiscalizada, com auditorias periódicas, balancetes mensais e participação ativa dos condôminos em assembleias.
O advogado Eduardo Machado, especialista em governança condominial, explica:
“A responsabilidade do síndico é equiparada à de um gestor público. Ele administra dinheiro coletivo e deve agir com total transparência, sob pena de responder civil e criminalmente por sua conduta.”
O condomínio já implementou sistemas digitais de rastreabilidade financeira e auditorias periódicas para reforçar o controle interno e prevenir novos desvios.
Próximos passos
O processo segue na 1ª Vara Cível de Águas Claras. Caso a Justiça confirme os desvios, o imóvel bloqueado poderá ser usado para ressarcir o prejuízo ao condomínio.
O episódio serve como alerta para gestores e condôminos em todo o país, reforçando a necessidade de compliance, transparência e fiscalização contínua, especialmente diante do uso de pagamentos instantâneos como o PIX.
Fonte: G1 Brasília e Região





