Condomínio em Itaquaquecetuba sofre com infiltrações e rachaduras
O Condomínio Lebani 3 é do programa “Minha Casa, Minha Vida” e representou a para os moradores a realização do sonho da casa própria. A Caixa Econômica Federal disse que a construtora é a responsável pela obra e também pelo atendimento das reclamações.
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Moradores do Condomínio Lebani 3, em Itaquaquecetuba, reclamam das péssimas condições dos apartamentos feitos por meio do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Para eles, os imóveis representaram a realização do sonho da casa própria, mas se tornaram sinônimo de problema. A Caixa Econômica Federal disse que a construtora é a responsável pela obra e também pelo atendimento das reclamações (veja nota completa abaixo).
Por causa da infiltração, a costureira Maria Neusa Alves Teixeira improvisa há mais de um ano com uma garrafa pet no banheiro. “Cortei uma garrafa e coloquei na laje. A água cai ali e vem pro chão. Se eu não tivesse feito isso era banho direto. Quando tomam banho lá [no apartamento de cima] cai tudo aqui embaixo”, explica.
Outros moradores também têm problemas com infiltrações e com rachaduras, que chegam a assustar. “Eu estou com medo porque pode gerar um problema maior. Tem que ser investigado”, diz Elieni Ribeiro dos Santos.
Na casa da cabeleireira, os azulejos da cozinha caíram e outros estão se descolando. “Eu estava na sala, assistindo televisão e ouvi um estralo. Eu corri para a cozinha, porque eu falei: ‘alguma coisa está estralando’. Foi a minha sorte, porque eu cheguei e ainda agarrei o azulejo, porque estava caindo. Aí eu comecei a tirar um a um”, lembra.
No apartamento Jéssica Maria da Silva Camargo, a situação é a mesma. A cerâmica estufou e foi retirada.
“Já tem uns três meses que aconteceu na minha cozinha. O piso eu acho que teve uma infiltração na parte da viga de gesso. Eu chamei a Emplan para ver. Eles vieram, furaram uns buracos para ver se estava caindo água e não encontraram. Eles tiraram os azulejos porque eu tenho duas crianças e eles ficaram com medo de cair neles e machucar. Aí o gesso caiu também e ficou um buraco na minha cozinha. Às vezes eu tenho até vergonha de trazer alguém e ver isso aqui”.
São cerca de 280 apartamentos no condomínio. De acordo com os moradores, cerca de 80% deles têm algum relato de pisos ou azulejos que caíram.
“Ou é revestimento ou é piso soltando. Esse problema é o mais comum de todos. Fora os outros. Tem apartamento que vem faltando folha de janela ou vidro. A vedação, quando chove, molha dentro do apartamento. Nas áreas comuns, não deveria e nem poderia ter áreas onde ficam fios cheias de água. Quando chove, todo o esgoto vai para a guarita. Os porteiros têm que sair da guarita porque o esgoto toma conta”, diz o síndico Leandro Rufino.
A construtora esteve no apartamento da aposentada Regilene Alvernaz da Silveira, onde todos os azulejos do banheiro caíram há mais de um ano. A empresa trocou, mas depois de três meses a moradora começou a perceber que está tudo oco outra vez.
A aposentada chegou a colocar adesivos para que a construtora saiba onde os problemas estão, mas até agora ninguém esteve no local.
“A única coisa é que a gente continua pagando mais caro o condomínio para não ter direito nenhum. Eu não sei a quem recorrer não”, diz Regilene.
Os problemas já foram relatados para a construtora e a resposta é sempre a mesma. “Fiz uma cartinha já tem mais de seis meses e até agora não tem resposta de nada”, diz Maria Neuza Alves Teixeira.
Em nota, a Caixa Econômica Federal disse que a construtora é a responsável pela obra e também pelo atendimento das reclamações dos clientes e informou ainda que possui o programa “De Olho na Qualidade”. Beneficiários da faixa 1 do “Minha Casa, Minha Vida” podem registrar suas reclamações pelo telefone 0800-721-6268.
O Diário TV entrou em contato com a construtora Emplan, mas não recebeu resposta.
Fonte: https://g1.globo.com/