Moradores de um condomínio residencial localizado no bairro José de Alencar, em Fortaleza (CE), relataram uma série de ameaças escritas em pichações nos muros do empreendimento. Entre os dizeres registrados, constavam mensagens como “24 horas para irem embora”, “Vai morrer” e “Se desacreditar, vamos pegar você na saída”.
Além das ameaças explícitas, os criminosos picharam placas de veículos e fizeram referências diretas às vítimas, evidenciando uma ação orquestrada. A situação levou medo e instabilidade à comunidade, que teme pela integridade física dos moradores e por possíveis expulsões forçadas, uma prática cada vez mais comum em áreas vulneráveis dominadas por facções criminosas.
Esse tipo de ocorrência escancara os desafios enfrentados por síndicos e administradoras em regiões com fragilidade na segurança pública. A gestão condominial, nesses casos, passa a lidar não apenas com demandas operacionais e jurídicas, mas com riscos reais de ameaças, evasão forçada de moradores e até esvaziamento do empreendimento. A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informou que o caso será investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Pessoa, com apoio do 14º Distrito Policial (14º DP).
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) orientou que todos os moradores que se sentirem ameaçados façam o registro do boletim de ocorrência ou entrem em contato pelo Disque-Denúncia 181. Em nota, a SSPDS reforçou que o registro formal das ocorrências é essencial para o andamento das diligências e a responsabilização dos envolvidos.
Casos semelhantes já foram registrados em outras regiões da capital cearense, como Mondubim, e em municípios da Região Metropolitana, como Pacatuba. Em muitos desses episódios, moradores foram coagidos por grupos criminosos a abandonar suas residências sob ameaça de morte, muitas vezes sem qualquer amparo imediato por parte do poder público. O episódio reacende o debate sobre o papel do Estado na proteção do direito à moradia, sobretudo em áreas com maior vulnerabilidade social.
Para o setor condominial
A situação impõe desafios imediatos à segurança interna, à mediação de conflitos e à preservação da convivência pacífica no espaço coletivo. A gestão condominial em regiões de risco precisa redobrar a atenção quanto ao registro de ameaças e ocorrências policiais, monitoramento por câmeras e reforço da segurança perimetral, apoio jurídico e psicológico a moradores ameaçados e criação de canais internos seguros para denúncia.
Fonte: Portal O Povo