A advogada Lilian Joic Silva Batista, investigada por fraudes em pelo menos 30 processos de benefícios previdenciários na Bahia, foi alvo de uma nova operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (23). Lilian, que se mudou para um condomínio de luxo no Rio de Janeiro durante as investigações, passou a ser monitorada eletronicamente.
A segunda fase da operação Raízes de Papel também mira um gerente do INSS suspeito de facilitar as fraudes e a empresa do marido da advogada, localizada no Rio de Janeiro. Embora a prisão de Lilian tenha sido solicitada, apenas tornozeleira eletrônica, entrega do passaporte e restrições de atuação em causas previdenciárias foram autorizadas pela Justiça. O servidor público investigado foi afastado de suas funções.
Paralelamente, foi deflagrada a Operação Radícula, que teve como alvo o irmão da advogada por armazenamento de material de abuso infantil. Segundo a PF, o investigado mantinha conversas com menores e buscava obter imagens íntimas, além de armazenar fotos de pessoas de sua convivência, que estão sob análise.
Como funcionava a fraude
A investigação aponta que Lilian atuava principalmente na solicitação de auxílio-maternidade rural, falsificando documentos que simulavam vínculo empregatício em empresas onde os clientes nunca trabalharam. O objetivo era obter benefícios do INSS, sem repassar os valores, que giravam em torno de R$ 3 mil por processo, para as pessoas envolvidas.
Segundo um policial envolvido, a advogada pagava cerca de R$ 6 mil a proprietários de fazendas para assinar contratos fraudulentos que comprovassem o vínculo de trabalho das mulheres grávidas. Até o momento, foram identificados 30 processos com essas características, mas outras investigações seguem em andamento.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Juazeiro e Sobradinho, na Bahia, além do acompanhamento das medidas judiciais impostas no Rio de Janeiro. Carros de luxo da advogada também foram apreendidos como parte das investigações.
Fonte: Correio 24 Horas





