A trágica morte de uma criança de 10 anos, que caiu do quarto andar de um edifício localizado no bairro Aldeota, em Fortaleza, nesta terça-feira (29), reacendeu o debate sobre a necessidade urgente de reforçar as medidas de segurança em condomínios residenciais — especialmente aqueles onde vivem crianças.
Segundo informações da perícia, a queda teria sido causada pela falha na tela de proteção da janela, que cedeu após a oxidação dos ganchos responsáveis por sua fixação. O incidente gerou grande comoção e expôs, mais uma vez, os riscos da negligência com a manutenção de itens essenciais à segurança estrutural dos imóveis.
É nesse contexto que especialistas reforçam a importância da manutenção periódica e da responsabilidade dos condomínios em garantir a integridade desses dispositivos.
O advogado especialista em Direito Condominial, Dr. Pedro Barbosa, a prevenção e os cuidados técnicos devem ser priorizados: “A carga máxima da rede, o espaçamento da malha e até o tipo de gancho que deve ser utilizado tem que ter atenção. Em um local como Fortaleza, onde há muita maresia, devemos usar um gancho de aço inox em vez do galvanizado”.
A tragédia escancarou uma realidade muitas vezes negligenciada: a de que a segurança em condomínios vai muito além da aparência de proteção. A simples presença de uma rede na janela não garante a integridade do sistema se não houver rigor técnico, manutenção adequada e responsabilidade legal pela execução do serviço.
Para o advogado é preciso tratar a instalação desses dispositivos com o mesmo nível de seriedade de qualquer estrutura essencial à segurança.
“Não basta instalar. É fundamental que a rede de proteção seja vistoriada regularmente e que a instalação seja feita por um profissional habilitado, com a devida emissão da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Só assim é possível assegurar que os materiais e métodos utilizados atendem às normas técnicas e que existe um responsável legal caso haja falhas. Segurança não é improviso, é compromisso contínuo”, conclui.