O mês de novembro começou com a bandeira vermelha patamar 1, anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A sinalização indica um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos nas contas de energia elétrica em todo o país. O sistema de bandeiras tarifárias, em vigor desde 2015, foi criado para informar de forma clara ao consumidor quando há aumento no custo de geração de energia.
Como funcionam as bandeiras tarifárias
As bandeiras refletem os custos das usinas utilizadas para atender a demanda nacional. Elas variam conforme as condições de produção, especialmente a disponibilidade hídrica, que influencia diretamente o uso de usinas termelétricas — mais caras e mais poluentes.
A definição das cores segue os seguintes critérios:
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Verde: sem acréscimo na tarifa
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Amarela: adicional de R$ 1,88 para cada 100 kWh
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Vermelha patamar 1: adicional de R$ 4,46 para cada 100 kWh
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Vermelha patamar 2: adicional de R$ 7,87 para cada 100 kWh
Em 2021, durante a crise hídrica, foi criada de forma extraordinária a bandeira “escassez hídrica”, com valor ainda maior.
Por que o custo aumenta?
Cerca de 53% da energia produzida no Brasil vem de usinas hidrelétricas. Em períodos de seca, a geração cai e o país precisa acionar usinas termelétricas, que têm custo operacional mais alto devido ao uso de combustíveis fósseis. Esse aumento é repassado diretamente ao consumidor por meio das bandeiras tarifárias.
Além do impacto financeiro, a utilização de termelétricas aumenta a emissão de poluentes, agravando problemas ambientais e de qualidade do ar.
Há alternativas?
Especialistas defendem que a melhor forma de reduzir a vulnerabilidade às bandeiras é ampliar o uso de fontes renováveis e diversificar a matriz energética. O crescimento da geração distribuída, como a energia solar fotovoltaica, tem sido um dos caminhos adotados no país.
Nessa modalidade, a energia é produzida fora da unidade consumidora, em fazendas solares, por exemplo, e injetada na rede elétrica, gerando créditos que abatem o valor da conta de luz. A prática vem ganhando adesão de consumidores residenciais, comerciais e condominiais.
Embora empresas do setor ofereçam serviços de assinatura e intermediação, a adoção da geração distribuída depende da análise do perfil de consumo, disponibilidade de usinas e regulamentação vigente em cada estado. O modelo tem se consolidado como alternativa para reduzir custos e mitigar oscilações provocadas pelas bandeiras tarifárias.
Fonte: ANEEL





