Moradores de um condomínio em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, relatam prejuízos após terem seus veículos atingidos por detritos oriundos de uma obra vizinha. Respingos de cimento e sujeira carregada pelo vento têm danificado a pintura dos carros e gerado transtornos há pelo menos três meses.
Segundo os condôminos, a ausência de telas de proteção no canteiro de obras contribuiu para que partículas de cimento e poeira fossem lançadas diretamente sobre o estacionamento do condomínio. O problema se agravou com a demora da construtora em responder às reclamações e adotar medidas de contenção.
Moradores afirmam ter buscado diálogo diversas vezes. Em um dos atendimentos, um engenheiro da obra chegou a sugerir o uso de capas protetoras nos veículos, solução considerada insuficiente e paliativa pelos afetados. Após semanas de impasse, ficou acordado que os moradores prejudicados serão atendidos individualmente e que a empresa deverá formalizar acordos de reparo ou ressarcimento.
Fiscalização e medidas corretivas
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), responsável pela fiscalização do empreendimento, informou que notificou a incorporadora, exigindo providências imediatas. A construtora iniciou, nesta semana, a instalação de telas protetoras para impedir que novos resíduos atinjam o condomínio.
Para especialistas, o caso reforça a importância do planejamento adequado em obras realizadas próximas a áreas residenciais. O advogado Paulo Meireles, especialista em direito condominial e responsabilidade civil, explica que episódios como esse não são incomuns — e a legislação é clara quanto à responsabilidade.
“A construtora tem o dever legal de adotar medidas que impeçam a propagação de resíduos e danos a terceiros. A ausência de proteção pode caracterizar negligência e gerar obrigação de indenizar os prejuízos causados”, afirma o especialista.
Expectativa dos moradores
Os condôminos aguardam agora a conclusão das obras de contenção e a formalização dos acordos individuais. Autoridades municipais e a própria CDHU acompanham o caso para garantir que as medidas sejam aplicadas corretamente e evitar novos danos.
O episódio evidencia a necessidade de atenção redobrada em obras urbanas e reforça a importância de que construtoras, condomínios e órgãos fiscalizadores atuem de forma preventiva para garantir a segurança e o bem-estar dos moradores.
Portal: R7





